sexta-feira, 14 de maio de 2010

Prostituição Social

Acabo de ler que ex-participantes de um destes irreality shows estão cobrando até vinte mil Reais para ficarem duas horas em uma festa. São dois absurdos. Primeiro alguém cobra para fazer um "social". Segundo alguém paga. Uma verdadeira prostituição social.

É exatamente como na prostituição sexual. O sujeito é tão incapaz que, para ter companhia, tem que pagar. No caso em questão, o sujeito é tão irrelevante e seus convidados tão idem, que é necessário pagar para um suposto importante ficar lá por umas duas horinhas.

Ah nosso mundo de aparências... Já diziam que as pessoas gastam dinheiro que não tem, para compra coisas de que não precisam, para impressionar pessoas de quem não gostam. E não é isso o que acontece o tempo todo? Ninguém se permite avaliar pelo que é, mas pelo que tem. E as pessoas não valem mais que isso mesmo. Não há preocupação com o ser em si. A única coisa que vale é o que você tem.

Na década de 30, muitos especialistas diziam que em apenas mais uns 50 anos, a tecnologia teria avançado tanto que deveríamos trabalhar apenas dois dias por semana. O tempo restante seria usado para coisas mais nobres como aumentar a cultura, fortalecer laços fraternos e etc. A tecnologia, de fato, chegou, mas cadê o tempo extra para fazer coisas mais louváveis do que trabalhar ensandecidamente? Ora, o tempo extra é usado para trabalhar mais para comprar "besteiras" que não só não existiam na década de 1930, como são supérfluos hoje vendidos como indispensáveis. As pessoas aceitam o engodo e se matam para comprar e manter um monte de coisas sem as quais viveriam normalmente.

Então é isso. Continue vendendo seu tempo e afeto para comprar bugigangas. No final, tudo fará uma diferença enorme. Espere para ver...