quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A Morte

A morte dá sentido à vida. Só tomamos tempo para avaliar o que fazemos de nossas vidas quando a morte parece ser mais real, quando enfrentamos a perda de alguém querido, ou quando ficamos doentes. Ou simplesmente quando estamos deprimidos e a morte parece uma idéia plausível. Pois é, a morte é a única certeza da vida. De todas as possibilidades de uma existêcia, a morte é a única certeza.
Todos os dias eu me pego pensando no assunto. Como era o mundo antes de eu nascer? Como vai ser depois que eu morrer? Do mesmo jeito. Só não vai mais existir um Nilton para apreciar ou depreciar o que acontece. Pense nisso. Daqui há 100 anos provavelmente ninguém vai sequer comentar a sua breve passagem pela vida. Isso aconteceu com seus antepassados. Você sabe o nome do seu bisavô? Ou do pai dele? Raramente sabemos e se sabemos, não é muito mais do que isso. Oh sim, mas tem gente famosa, cujos nomes sobrevivem há milênios. Mas isso não faz a menor diferença para eles, faz?
Mesmo conscientes desta nossa brevidade, pensamos alto, pensamos longe. Acreditamos que construímos algo para a eternidade. Mas a eternidade não pertence a nós. Talvez seja ela mesma que construa as coisas. Temos ouvido muitas notícias dando conta dos danos que o homem tem feito ao meio ambiente e que agir com responsabilidade é pensar nas gerações futuras. Este é um engano do tipo que nos faz pensar que algo de nós sobreviverá. Mas nada do que fizermos terá muita diferença se levarmos em conta as eras geológicas e a infinidade de anos de idade do nosso universo. Nossa curta existência e nossas ações no universo não são mais relevantes que a fina camada de pó que se acomoda sobre uma balança.
A morte não só dá sentido a vida, mas nos aproxima de Deus. Se há de haver uma saída honrosa desta aventura chamada vida, deve estar nas mãs Dele. Ou então, nada tem sentido. Nem nossa filosofia, nossa auto-consciência, nossas leis e nossa ordem têm sentido se esta vida for tudo o que há.
Pense nisso. Hoje pode não fazer diferença ter algumas respostas, ou pelo menos, estar à sua procura. Mas, me acredite, quando você chegar aos 70 anos, se tiver a sorte ou o azar de chegar, entender o sentido da vida fará toda a diferença. Se tiver dúvidas, pergunte a algum idoso.